quinta-feira, 11 de março de 2010


As árvores de fogo abraçam o meu espaço
Consomem o meu ar
As árvores de fogo marcam o horizonte da minha janela
Todos os dias se alinham
Como soldados vigilantes da calma aparente dos dias
As árvores de fogo
Abanam possuídas pelo vento
Que sopra para longe o fogo da sua aura
As árvores de fogo adormecem com o dia num lugar sombrio
As suas chamas erguem-se quando o sol se despede
E por momentos breves
Dançam numa volúpia lenta
Que embala o meu ser
As árvores de fogo
Choram a dor dos céus
E como ritmadas goteiras cantam ao chão
As árvores de fogo
Brilham nas alturas
E abraçam-me todos os dias
As árvores de fogo
São as rainhas da minha janela
Embalam o meu olhar incendiando a mente
Espicaçando a liberdade
A flutuarem livremente num eterno fogo-fátuo

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