segunda-feira, 26 de março de 2007
A espuma dos dias
O Eléctrico Sónico 1990
LADO A
01. Peixes Embriegados
02. A um Deus Desconhecido
03. Aranha
04. Segredos
05. Sangue
06. A Cidade e o Mar
07. Sonhos
LADO B
08. Sem saber porquê
José Polido - voz
Garry Vicente - guitarra
Tiago Granja - guitarra
Mário Nicolau - baixo
Nuno Lopes - bateria
Luís Guerreiro - trompete
É a nossa primeira maquete. O nosso primeiro esforço para registar as nossas canções. O processo foi fantástico e teve de tudo um pouco. Depois do nosso primeiro concerto na sede da Embra a 25 de Novembro de 1989 tivemos um longo processo de busca por uma sala de ensaio em condições. Acabámos por ir parar a um espaço no Sport Operário Marinhense que apenas tinha duas paredes, um telhado e um chão de cimento. Era uma antiga garagem da fábrica de vidros que ali tinha existido. Pusemos mão à obra e levantámos as paredes que faltavam, abriu-se uma porta, acertaram-se as telhas, forrou-se o tecto com cortiça, ligou-se a luz e já está. Depois ensaiávamos até à exaustão. Surgiu então a ideia da maquete. Improvisou-se uma cabine com fardos de cortiça no meio da sala onde o Pedro Granja controlava os pouco sofisticados botões que tinhamos disponíveis. Quanto a nós, tocávamos na procura do take perfeito. Foram alguns dias neste processo que deu origem ao nosso primeiro cartão de visita e que nos levou a uma selecção para o I Concurso de Música Moderna de Alcobaça.
O nome da maquete surgiu pela foto, tirada em Lisboa, mais precisamente na Rua Silva Carvalho ás Amoreiras, na primeira casa em que morei. O nome que dei à foto transferiu-se para a maquete. Todos concordámos porque era a ideia que surgia do som daquelas músicas. Uma viagem sónica não sofisticada, mas visceral.
domingo, 25 de março de 2007
Por vezes sentir o vazio da ausência cria uma capacidade de abstracção suficientemente forte que nos permite distanciar das coisas e realmente retirar delas o conteúdo e o contexto que sempre nos tinha escapado. Fáz-nos sentir de novo nós e ter, de novo, na mão a capacidade de criar. O mais interessante surge com a percepção de que é feito sem saudosismos, sem justificações, sem cedências, é feito porque é! Porque assim aconteceu. E tem sabido bem não estranhar a sala de ensaio cheia de cinco caras familiares, de sons esquecidos, de sons em recriação, de ideias em estruturação, de vontade e de desprendimento de preconceitos.
A ideia presente nas nossas mentes é tocar, fazer fluir as canções em que acreditamos.
Quanto a nós, encontramo-nos por aqui.